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SPS retoma projeto BREAST SPS: a ferramenta facilitadora da gestão do percurso do doente

SPS retoma projeto BREAST SPS: a ferramenta facilitadora da gestão do percurso do doente

Na sessão “Unidades de Mama – Breast SPS”, o Dr. Paulo Cortes apresentou a plataforma de registo clínico de cancro da mama, pensada pela SPS desde 2017, que se encontra em funcionamento ou em processo de aplicação cinco unidades de mama em Portugal. O sonho é a sua implementação, de forma faseada, nas 20 unidades espalhadas pelo país, nos próximos dois anos. As suas vantagens na área de certificação e o seu potencial na agregação de dados podem permitir ir mais além na investigação do cancro da mama.

A Breast SPS surgiu para dar resposta à necessidade identificada pela SPS de melhorar e harmonizar os sistemas de informação em cancro da mama. Como explicou o Dr. Paulo Cortes, membro da direção da SPS, os “dados são fundamentais para que possamos refletir, analisar, investigar, olhar para o futuro. São um motor de desenvolvimento, de mudança” e ainda que esteja patente a qualidade bastante elevada da atividade assistencial em cancro da mama em Portugal, na visão da SPS, “era bom que pudéssemos falar a uma só voz”, resumindo, “que nos permitisse no futuro trabalhar em conjunto”, sublinhou um dos membros envolvidos desde raiz neste projeto.

Assim se concretizou este projeto SPS, através de um protocolo de parceria com a Virtual Care, em 2018, que continua em desenvolvimento, apesar da desaceleração provada pela pandemia. A designada Breast SPS é uma ferramenta eletrónica que “permite fazer uma gestão do percurso do doente, desde o diagnóstico até à decisão do tratamento e acompanhamento, e isto sempre em ambiente interdisciplinar, garantindo o rigor, a exaustividade e a confidencialidade das informações”, explicou o Dr. Paulo Cortes.

E, sendo a certificação um ponto fulcral para as unidades de mama, a Breast SPS tem a vantagem de permitir exportar os indicadores necessários, pedidos pelas entidades emissoras de certificação.

Apontando que, num futuro próximo, e com o seu alargamento às unidades, tem outras potencialidades como agregação de dados e interação de dados com o RON. E pode permitir ir mais além, com a participação em redes de dados europeias e o consequente desenvolvimento de processos de melhoria e de investigação.

Como vantagens diretas e práticas, a Breast SPS permite a integração de dados, enviando e recebendo os mesmos de outros sistemas e aplicações. Assim como permite acessibilidade aos utilizadores registados a partir de qualquer computador da rede do hospital, uma função que ganha especial relevância, “a partir do momento em que existem nas equipas multidisciplinares vários intervenientes”, como explicou o Dr. Paulo Cortes, e desta forma “qualquer um deles pode, na sua prática, ir alimentando e funcionando com esta ferramenta eletrónica de um modo real”.

Quanto às funcionalidades, a Breast SPS permite registar: sintomas, morfologia, local da lesão, dados de meios complementar de diagnóstico e terapêutica, os resultados das consultas de grupo. Além disso, estimula o correto preenchimento dos dados relativos a anatomia patológica; biologia molecular; estadiamento da doença; nomeação dos tratamentos efetuados. E permite ainda observar e respeitar os prazos adequados; e pelas recomendações de tratamento emanadas pelas sociedades científicas. Além disso, pode permitir a avaliação da efetividade terapêutica e a determinação dos dados de sobrevivência.

Atualmente, o Breast SPS está instalado e em processo de instalação em cinco unidades: Lusíadas, Santarém, Évora, IPO Coimbra, Braga. Este ano, foram aceites as candidaturas de outras duas unidades, Centro Hospitalar do Algarve e do Hospital de Setúbal.