Ana Povo, secretária de Estado da Saúde, confirma que idade mínima para o rastreio do cancro da mama vai baixar para os 45 anos, tal como é recomendado na Europa. Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) elogia a decisão e considera ser mais um passo em frente na luta contra a doença.
“Nós tomamos decisões políticas, mas todos estes trabalhos têm que se basear em normativas técnicas e indicações técnicas pelo que a Direção-Geral de Saúde já está a trabalhar na norma relativamente ao rastreio do cancro da mama e contamos que no espaço de mês e meio a dois meses esteja publicada”, afirma a governante.
A norma será publicada o mais rapidamente possível, pois a incidência do cancro da mama tem aumentado entre as mulheres mais jovens. Sabe-se que uma em cada oito mulheres corre o risco de ser diagnosticada, sendo que, em Portugal, são detetados cerca de nove mil casos anualmente, resultando na morte de duas mil.
“Congratulamo-nos por Portugal priorizar a prevenção e a deteção precoce, alinhando as suas políticas com as melhores práticas europeias”, salienta Vítor Veloso, presidente da LPCC. “O alargamento vai permitir obter um maior número de diagnósticos precoces e, consequentemente, de tratamentos menos invasivos e mais eficazes, contribuindo para uma diminuição significativa da incidência de cancros invasivos e da mortalidade específica por cancro da mama”.
A secretária de estado da Saúde informou também, na data em que se assinalou o Dia Mundial do Cancro da Mama, que está a criar um modelo de governação para os rastreios em parceria com a Direção-Geral da Saúde (DGS). O objetivo é alcançar uma taxa de cobertura de, no mínimo, 80% tanto para os rastreios de doenças oncológicas como para os de doenças não oncológicas.